Pioneirismo

Juína completou 31 anos de emancipação política e administrativa e muitos dos pioneiros que aqui ainda residem, chegaram a nossa cidade antes desta data.

Nesta edição conversamos com senhor João Dorvalino Dalberto e dona Salete Poletto Dalberto, pais de Gelson, Edemar e Gerli, avós de Camila, Franciele, Felipe e Gabriele e bisavós de Ian.

Ele é natural do Rio Grande do Sul, ela de Santa Catarina, onde se conheceram e se casaram, em 1970. 

Trabalhadores rurais em busca de algo melhor, em 1975 resolveram se mudar para Mamborê, no Paraná. Lá arrendaram uma fazenda e plantavam soja e trigo. Tudo ia muito bem, até que uma forte geada acabou com todos os sonhos da família, que perdeu tudo o que foi investido. 

Desanimados e sem perspectiva alguma, resolveram procurar uma nova morada, lugar que não tivesse um inverno tão rigoroso como no sul, foi quando decidiram pelo Mato Grosso, eles, os pais de dona Salete: Izidoro e Angela, e os irmãos dela: Adelchi, Ivanir (Zeca), Ivo, Iolanda e Elizabete.

Em 1978 percorreram várias cidades que estavam começando, Sinop, Sorriso, mas Juína foi à escolhida.

A disputa por terra era enorme, o que os colonizadores imaginavam vender em cinco anos, venderam em dois e não era fácil adquirir, senhor João lembra que numeravam cem lotes e existiam trezentas pessoas interessadas em comprar, então era feito uma espécie de sorteio.

Em agosto de 1980 os homens da família conseguiram alguns lotes, se instalaram e montaram uma serraria. Começaram a construir a casa, que era para estar pronta quando as mulheres e crianças chegassem, coisa que não aconteceu, pois não se tinha muito material para construção, fazendo com que por certo período a família morasse em um barraco de lona. 

“O início foi meio constrangedor, grande precariedade, nem água encanada a gente tinha, carne de boi era uma raridade, leite de lata era racionado entre as famílias”, lembra dona Salete.

Após dois anos de instalados, venderam a serraria e compraram terras, que foi dividida entre os irmãos, ficando cada um com sua parte.


A igreja da cidade era uma pequena capela e a família sempre esteve envolvida ajudando no que era preciso, dona Salete foi catequista e lembra com muito carinho do Padre Duílio, que sempre ajudou os menos favorecidos.

O casal acompanhou muitos acontecimentos da cidade, entre eles a emancipação do município, viram de perto Juína crescer e se transformar no pólo que é hoje.

João e Salete passaram por inúmeras experiências, trabalharam durante cinco anos no garimpo, depois abriram uma lanchonete na Linha 3 (estrada de Vilhena) que acabou fechando quando a estrada se tornou intrafegável, foi quando se mudaram para Mundo Novo e por lá ficaram cerca de seis anos, mas foi Juína, a terra querida que escolheram para viver.



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